Empresários,
profissionais liberais, entidades de classe, autoridades e políticos vêm sendo
lesados pelo golpe da "pesquisa". A armação tem lesado muita gente em
vários estados do Brasil, especialmente nos municípios do interior do Estado.

Caso
não concorde, uma outra pessoa ou empresa é que acabará sendo
"premiada" em seu lugar. Ou seja, quem pagar leva o troféu.
O
material que os golpistas apresentam às vítimas não resiste a um rápido exame
técnico. Comprovam apenas que a alegada "pesquisa" na verdade nunca existiu. Ou, se é que houve algum
tipo de consulta popular, os métodos utilizados são tão precários e inconsistentes
que jamais poderiam ser classificados como pesquisa de opinião.
Pesquisa
é uma atividade que exige conhecimentos profundos e domínio específico de
metodologias, onde o rigor de procedimentos técnicos é fundamental para a
credibilidade dos dados colhidos. E nada disso existe nesse tipo de vigarice.
Além
de configurar o estelionato, por induzir as pessoas em erro ao acreditarem que
foram escolhidas por uma pesquisa fantasiosa, esse golpe também caracteriza a
propaganda enganosa, prática igualmente ilegal. O problema da propaganda
enganosa é que, além da passível condenação dos autores diretos, ou seja, dos
vigaristas, também alcança as pessoas ou empresas "premiadas", na condição de patrocinadoras de fatos
inverídicos, bem como os veículos de comunicação, por divulgarem esses anúncios
que disseminam publicamente afirmações sem base de verdade.
Chamam
a atenção os documentos mostrados por essas empresas, todos muito semelhantes,
quase idênticos em conteúdo e forma. Seus representantes têm percorrido os
municípios Brasil a fora, repetindo o mesmo golpe em todos os lugares.
O
Ministério Público já recebeu a denúncia sobre esses fatos e instaurou um
inquérito civil para apurar a extensão do delito e o enquadramento dos
responsáveis. Porém, além da necessária responsabilização, torna-se urgente um
processo de prevenção contra a repetição do golpe da "pesquisa". Empresários, entidades de classe e veículos de
comunicação podem e devem estancar esse mal. Diante de qualquer suspeita,
recomenda-se encaminhar denúncia ao Ministério Público.
Essa
é uma vigarice que, além dos prejuízos causados às vítimas, compromete a
credibilidade das empresas de pesquisas sérias perante a opinião pública, bem
como afeta a imagem de agências de propaganda e publicitários honestos, conscientes
de suas responsabilidades, e que não se prestam a esse tipo de exercício ilegal
da profissão.
É
natural que a informação de uma distinção pública represente alegria e
entusiasmo para qualquer pessoa. Afinal, somos humanos e faz bem ao coração qualquer
tipo de reconhecimento. É como uma espécie de massagem no ego, que certamente
anima e estimula. Mas, que seja verdadeira e fruto de uma investigação honesta.
Do
contrário, ao invés de ser agraciado com um prêmio justo, o indivíduo pode
estar recebendo um mero troféu de bobo.
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