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A GRANDE ILUSÃO DO ANO NOVO

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*Por André Luis Mansur
Talvez maior do que a do Papai Noel, a grande ilusão da infância nesta época do ano seja acreditar que tudo vai mudar no Ano-Novo.
Eu, pelo menos, quando criança, acreditava que o dia 1º de janeiro simbolizava a entrada numa espécie de admirável mundo novo. Tudo levava a isso. A esperança dos adultos (que tudo se realize…no ano que vai nascer…), o clima de euforia nas ruas, as propagandas e os especiais de fim de ano da televisão e, por fim, todo aquele ambiente efusivo de cumprimentos, choros, abraços emocionados (e muitas vezes suados), foguetórios, champanhe estourando e mesa farta, quase como se tivessem esvaziado tudo da despensa, já que no novo mundo não precisaríamos mais nos preocupar em armazenar provisões.
Ou seja, tudo em excesso, tudo no limite, quase um expurgo do passado para adentrar o ano-novo limpo de tudo o que ficou para trás.
E lá vinha o 1º de janeiro. No início, talvez movido ainda por toda aquela energia eufórica do réveillon, acrescida da barulheira de fogos e música alta, ainda me sentia numa espécie de torpor. Acordava cedo para ir às ruas, ansioso por ver, sentir, provar as mudanças anunciadas com tanto alarido. E realmente percebia algo novo no ar, os sorrisos pareciam mais amistosos, as ruas menos barulhentas, o céu mais azul. Com o passar do tempo, no entanto, a ilusão caía por terra. Quando me lembrava do início das aulas, quando meu time levava uma sova no Maracanã, quando tinha o primeiro tombo de bicicleta do ano, eu percebia que nada mudava.
Mas a infância é teimosa e sempre busca encontrar atalhos para suas justificativas. Pensava…ah!, neste ano não deu certo por algum motivo, mas no ano que vem realmente tudo vai mudar, até porque os mais velhos continuam esperançosos. E aí levava o ano inteiro alimentando essa expectativa da melhor forma possível, a passagem do tempo na folhinha do calendário se aproximando, a ansiedade crescendo. E no réveillon a mesma coisa, a mesma euforia, as mesmas falas e os mesmos pratos.
Acho que foi na quarta decepção que, enfim, parei de acreditar no Ano-Novo  Papai Noel eu já sabia que passeava de trenó numa loja de crediário há muito tempo. Mas até hoje acho legal o ritual dos encontros, mesmo achando que a passagem do dia 31 para o dia 1º é igual à dos outros dias do ano e que a esperança por dias melhores que eu, otimista incorrigível, ainda mantenho, continua em alta, mesmo que ela venha lá pelo meio do ano. Acredito na mudança contínua e perseverante, dentro mesmo de uma rotina, e que mudanças explosivas como fogos de artifício só funcionam para quem ganha na mega-sena. Não à toa, ela quase sempre fica acumulada nesta época.
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